Professor Joaquim Sucena Lannes do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa
"Não poderia ser radicalmente contra o estágio no campo do jornalismo. Eu mesmo, no início de minha carreira, fiz estágio. Só que tive sorte. Durante a minha passagem por jornais, revistas e assessorias de imprensa e comunicação como estagiário, só desempenhei funções jornalísticas e devidamente supervisionadas por profissionais.
Contudo, hoje, o que se vê por aí são práticas nada coerentes e até certo ponto não muito bem intencionadas. As empresas usam estudantes para não contratar profissionais. Assim fogem de algumas responsabilidade legais, tais como assinatura de carteira, garantias empregatícias como hora extra, entre outras coisas. O estudante acaba servindo mão de obra barata. Muitas vezes ele não tem uma supervisão superior que possar corrigir distorções de práticas realizadas de qualquer forma apenas para preencher espaço na mídia. Outro fator: geralmente a carga de trabalho imposta aos estudantes estagiários é irregular até mesmo para porofissionais. Ela, por vezes, suplanta o que a lei determina para profissionais (cinco horas diárias). Existem ainda casos, nos quais as empresas simplesmente colocam o estudante nas ruas para fazer matérias, sem dar as condições mínimas necessárias para desempenho das atividades pertinentes a profissão. Por vezes os estagiários são expostos ao perigo. Ou seja, expõem o estagiário a situações, as quais ele, por falta de experiência, acaba se arriscando além da conta, mesmo sem ainda ser profissional.
Muitas empresas também distorcem as práticas jornalísticas desenvolvidas pelos estagiários, vinculando-as com outras que não dizem respeito a profissão.
Geralmente, o estudante que faz estágio, vem para sala de aula com visões completamente distorcidas do que é um profissionalismo consciente, honesto e eficiente. Em muitos dos casos, ele acaba contestando os conteúdos da academia, comparando-os com as práticas erradas que o mercado oferece.
Dessa forma, sou a favor do estágio em jornalismo, desde que ele seja supervisionado pelos cursos ou por um órgão de classe, para que não se cometam os erros verificados em tal prática."
Professor Ernane Rabelo do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa
"Minha posição é a mesma da Fenaj, até porque participei desta construção: sou a favor do estagio regulamentado. E ressalto que tal regulamentação deve atender às caracteristicas regionais e locais. Um acordo entre empresa e escola que regulamente o estágio em Vicosa, por exemplo, não pode ser igual ao praticado na capital paulista. Acrescento ainda que, em meu ponto de vista, tem sido dada muita ênfase no estágio enquanto devemos
reforçar os cursos de Jornalismo (refiro-me a jornalismo e nao a Comunicação Social, de maneira mais ampla)."
reforçar os cursos de Jornalismo (refiro-me a jornalismo e nao a Comunicação Social, de maneira mais ampla)."