quarta-feira, 26 de novembro de 2008

OPINIÕES DE PROFESSORES


Professor Joaquim Sucena Lannes do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa

"Não poderia ser radicalmente contra o estágio no campo do jornalismo. Eu mesmo, no início de minha carreira, fiz estágio. Só que tive sorte. Durante a minha passagem por jornais, revistas e assessorias de imprensa e comunicação como estagiário, só desempenhei funções jornalísticas e devidamente supervisionadas por profissionais.
Contudo, hoje, o que se vê por aí são práticas nada coerentes e até certo ponto não muito bem intencionadas. As empresas usam estudantes para não contratar profissionais. Assim fogem de algumas responsabilidade legais, tais como assinatura de carteira, garantias empregatícias como hora extra, entre outras coisas. O estudante acaba servindo mão de obra barata. Muitas vezes ele não tem uma supervisão superior que possar corrigir distorções de práticas realizadas de qualquer forma apenas para preencher espaço na mídia. Outro fator: geralmente a carga de trabalho imposta aos estudantes estagiários é irregular até mesmo para porofissionais. Ela, por vezes, suplanta o que a lei determina para profissionais (cinco horas diárias). Existem ainda casos, nos quais as empresas simplesmente colocam o estudante nas ruas para fazer matérias, sem dar as condições mínimas necessárias para desempenho das atividades pertinentes a profissão. Por vezes os estagiários são expostos ao perigo. Ou seja, expõem o estagiário a situações, as quais ele, por falta de experiência, acaba se arriscando além da conta, mesmo sem ainda ser profissional.
Muitas empresas também distorcem as práticas jornalísticas desenvolvidas pelos estagiários, vinculando-as com outras que não dizem respeito a profissão.
Geralmente, o estudante que faz estágio, vem para sala de aula com visões completamente distorcidas do que é um profissionalismo consciente, honesto e eficiente. Em muitos dos casos, ele acaba contestando os conteúdos da academia, comparando-os com as práticas erradas que o mercado oferece. 
Dessa forma, sou a favor do estágio em jornalismo, desde que ele seja supervisionado pelos cursos ou por um órgão de classe, para que não se cometam os erros verificados em tal prática."

Professor Ernane Rabelo  do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa

"Minha posição é a mesma da Fenaj, até porque participei desta construção: sou a favor do estagio regulamentado. E ressalto que tal regulamentação deve atender às caracteristicas regionais e locais. Um acordo entre empresa e escola que regulamente o estágio em Vicosa, por exemplo, não pode ser igual ao praticado na capital paulista. Acrescento ainda que, em meu ponto de vista, tem sido dada muita ênfase no estágio enquanto devemos
reforçar os cursos de Jornalismo (refiro-me a jornalismo e nao  a Comunicação Social, de maneira mais ampla)."


domingo, 16 de novembro de 2008

PODCAST radiojornalismo



PODCAST

link do podcast



http://blogprefoca.podomatic.com/player/web/2008-11-16T16_00_15-08_00

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Assessoria de Imprensa: Agnaldo Montesso

Agnaldo Montesso, 21 anos é estudante do Curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa. Antes mesmo de começar a graduação ele já fazia trabalhos na área de asssessoria “sem saber que era esse o nome” do que ele fazia. Passou por vários estágios desde então, a maioria na parte de assessoria, e um durante as férias na rádio da UFMG. Atualmente ele trabalha na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, a Emater-MG, na Unidade Regional de Viçosa. A Empresa está em praticamente todos os municípios mineiros na assistência técnica e na difusão de tecnologias aos agricultores familiares de Minas. Na Regional de Viçosa são 27 escritórios que abrangem cidades como Ubá, Araponga e Visconde do Rio Branco. Confira a entrevista com Agnaldo.

Como foi o processo de seleção?
A seleção foi no final de 2007 para alunos do 5º período do curso. Fui na Unidade Regional de Viçosa e perguntei se poderia fazer a prova já que estava terminando o 4º período. A Andréa, que cuida da parte de Recursos Humanos falou que sim e aí me inscrevi. A seleção foi bem criteriosa. Primeiro eles selecionaram os currículos dos candidatos, que se não me engano foram 16. Deste número foram chamados 10 para a prova escrita, que foi bem complicada por sinal, pois caíram assuntos que nem havia aprendido como fazer uma pauta para TV. Depois destes 10 sobraram 4, que fizeram a entrevista com o Gerente Regional. O contato que tive com eles desde o primeiro momento me chamou a atenção da Empresa, pois tudo foi muito bem feito. Eles estavam sendo bem cuidadosos ao escolher a pessoa que iria atuar aqui em Viçosa. Fui chamado, mas fui começar somente em junho, por causa da reforma dos escritórios. Tive sorte, porque não havia estrutura para a assessoria aqui em Viçosa. Com a reforma foi adaptada uma sala para o assessor e comprados alguns equipamentos necessários para o meu trabalho.

Programa de treinamento em Belo Horizonte
Esse foi um dos diferenciais da Emater-MG em relação aos outros estágios que fiz. Depois de alguns dias que havia entrado fui fazer o treinamento em Belo Horizonte. Fiquei dois dias lá aprendendo mais sobre a Empresa e também tendo oficinas de como criar matérias para rádio e releases para a imprensa. Foi uma experiência bem interessante. Nunca tinha estado em uma assessoria de grande porte e contato com pessoas que só trabalham com isso. Foi bom também que conheci estagiários de diversos locais de Minas, como a Lana de Muriaé, o Airton de Montes Claros, a Lanne de São Francisco, a Lilian de Uberaba, o Mateus de Janaúba, a Maralise de Divinopólis e o Marcelo de Junuária. As empresas que havia trabalhado não tinham me dado um suporte deste tipo.

As viagens a trabalho.
Já conheci lugares e pessoas fantásticas pela Emater-MG. Como sou estagiário de Comunicação da Regional de Viçosa muitas vezes tenho que viajar a outras cidades da região para fazer matérias. Por isso que o estágio é interessante, pois tenho contato desde o gerente do banco, prefeitos, vereadores até os agricultores familiares mais humildes. Para o comunicador essa vivência é essencial.

Sua área preferida no jornalismo é a assessoria?
Desde que comecei a trabalhar para o Governador do Rotary do Distrito 4560 em 2005 já fazia este trabalho, mesmo sem saber que era isso. Aí surgiu meu gosto em trabalhar com empresas e fazer eventos na área. Na verdade, eu sou mais relações públicas do que jornalista, pois o que me chama mais atenção e esse contato com o público, a realização de eventos e cerimoniais, que ficam a cargo desta área da comunicação.

O que você acha da dicotomia teoria versus prática dentro do curso?
Este é um ponto muito importante a ser ressaltado e uma critica que eu tenho ao curso. A maior parte das pessoas que faz estágio em Viçosa está ligada a área de assessoria. Entretanto, temos a disciplina somente no 7º período, que é Assessoria de Imprensa, sendo que é a única ligada à área de comunicação empresarial. Isso é muito ruim para nós, pois às vezes não temos o conhecimento para desenvolver um bom estágio por esta falta de teoria. Para se ter uma idéia comecei a fazer estágio na área no 3º período, sem contar a minha experiência no Rotary. Apesar disso li bastante sobre assessoria e desenvolvi projetos em todas as empresas que trabalhei. O estágio é contudo essencial para a nossa formação, pois é por meio dele que temos contato com o dia-a-dia de uma organização e com a pressão sobre metas e projetos.